quarta-feira, 26 de outubro de 2011

ANOS 50 THE ISLEY BROTHERS:OS PIONEIROS DO ROCK


  
The Isley Brothers é um banda estadunidense de soul e R&B. São um dos poucos grupos a ter uma longa carreira de sucesso nas paradas da Billboard colocando um single na parada em cada década desde 1959. O repertório vai desde o doo-wop, R&B, rock 'n' roll, soul, funk, disco, e hip-hop soul. O grupo teve várias formações, indo de um quarteto para um trio, daí para para um sexteto e finalmente um duo.
Em 1954,  os Isleys estavam começando sua caminhada pelas auto-estradas da vida artística. Uma trajetória repleta de triunfos e tragédias, mas que ainda não acabou. Os irmãos remanescentes, Ernie e Ronnie, estão lançando um novo disco, chamado Baby Makin’ Music. Flanando sobre as batidas eletrônicas do nu R&B, a voz de Ronald Isley nunca soou tão melíflua e sensual. Desta vez o repertório, como sugere o nome do disco, é mais mid-tempo, mais romântico, mais soulful, menos hip-hop e bem menos “gangsta” que o do álbum anterior, Body Kiss.
 Ainda que o Body Kiss tenha sido um disco bem sucedido – ocupou o primeiro lugar da parada pop americana em 2003, ano em que foi lançado.
 Lançados para o sucesso em 1959 com a perene “Shout”, os irmãos Ronald (vocal principal), O’Kelly e Rudolph Isley (vocais de apoio) influenciaram os Beatles com a gravação que fizeram de “Twist And Shout” em 1962.
Em 1964, os irmãos contrataram um músico promissor para acompanhá-los em shows e gravações, Jimi Hendrix (na época, ele ainda era conhecido por Jimmy James). A experiência fugaz com Hendrix teve resultados positivos para os Isleys. O maior deles foi a excepcional performance do guitarrista na faixa “Testify” parts 1&2, mais uma gravação dos Isleys destinada à eternidade. “Testify” antecipou a mistura de rock e funk que o grupo levaria a cabo na década de 70.
 Em 1965, assinaram contrato com a Motown, esperando repetir o sucesso que outros grupos da gravadora de Detroit vinham experimentando. A despeito de “This Old Heart Of Mine”, canção excepcional cedida ao grupo pelo trio de compositores e produtores Holland-Dozier-Holland (que escreveram a canção para as Supremes, originalmente), os Isleys, no período de 1966 a 1969, amargaram o limbo destinado aos artistas que assinavam com a Motown e que não tinham sido criados pelo star-system da gravadora.
DOING THEIR OWN THING
(Fazendo suas próprias coisas)
Ao escapar do contrato draconiano com a Motown, os irmãos Isleys decidiram ser seus próprios patrões e abriram novamente o próprio selo, T-Neck. Neste mesmo período, 1969, o pop-soul da Motown e de Chicago dava lugar ao funk afrocêntrico de James Brown e ao funk feérico de Sly & The Family Stone. A mudança da música negra foi um reflexo de uma época em que os conflitos internos da sociedade americana foram expostos pelo Movimento dos Direitos Civis dos afro-americanos e pela campanha pacifista que lutava para encerrar a participação dos EUA na guerra do Vietnã. Foi neste período agitado que os Isleys conceberam um de seus maiores sucessos, o funkaço “It's Your Thing”.
 de 1959 a 1969, os Isleys conseguiram a façanha de produzir pelo menos quatro clássicos pop: “Shout”, “Twist And Shout”, “Testify” e “It’s Your Thing” (sem falar em outras gravações deles que não fizeram sucesso, mas eram excelentes e mereciam maior exposição). Talvez não seja um número impressionante de standards quando comparado ao obtido pelos Beatles ou pelos Stones, mas é preciso lembrar que os Isleys eram um grupo de R&B numa época de mídia segregada: a música que eles faziam tinha veiculação quase restrita às rádios destinadas ao público afro-americano.
De todo modo, “It’s Your Thing” vazou para a parada pop e gerou um número incontável de covers (destaco a versão psicodélica dos Temptations, produzida pelo Norman Whitfield e incluída no álbum Puzzle People). Começava uma nova etapa na carreira dos irmãos Isley, a mais produtiva e a mais bem-sucedida de todas.
No início dos anos 70, Ronald, O’Kelly e Rudolph voltaram à mistura de soul e rock que tinham explorado de forma pioneira em 1964 com “Testify”, gravada com Jimi Hendrix. É um período fértil, de expansão de vocabulário musical, marcado pela incorporação de elementos do rock psicodélico e da sonoridade do violão acústico (proeminente sobretudo nas canções lentas). Os álbuns gravados nesta época, The Brothers: Isley (1969), Get Into Something (1970), Givin’ It Back (1971) e Brother, Brother, Brother (1972), todos excelentes, registram o crescimento dos irmãos enquanto compositores e produtores.
Os discos de 1971 e de 1972 trazem mudanças que seriam fundamentais para o grupo pelos próximos dez anos. Nestes álbuns, os irmãos começaram a explorar o repertório de rock e pop e gravar canções como Ohio (de Neil Young; essa os Isleys colocaram em um medley com “Machine Gun”, de Hendrix, numa crítica aberta à guerra do Vietnã), “Lay Lady Lay” (Bob Dylan), “It’s Too Late” (Carole King), “Fire And Rain” (clássica composição de James Taylor sobre drogas) e “Love The One You’re With” (um hino ao amor livre composto por Stephen Stills).
Ora, se grupos de rock construíram suas carreiras gravando clássicos do R&B e do soul, por que um grupo de soul não poderia fazer gravações de clássicos do rock?
A outra mudança fundamental ocorrida em 1971 e 1972 foi a incorporação de outros membros da família Isley às gravações e apresentações do grupo. Ernie Isley (guitarra) e Marvin Isley (baixo), irmãos do trio original, mais Chris Jasper (teclados), primo, trouxeram sangue novo ao grupo. Eram mais jovens que o trio Ronnie-O’Kelly-Rudolph e estavam mais sintonizados com o gosto musical de uma nova geração de consumidores de soul music. Em 1973, no disco 3 + 3 (a obra-prima do grupo), os três novatos foram incorporados à formação oficial. Os Isleys eram agora um grupo auto-suficiente do ponto de vista musical - só tinham que contratar baterista.
Até o fim dos anos 70, os Isley Brothers lançaram um disco de sucesso após o outro: 3 + 3 (1973, tem o hit “That Lady” e a versão de “Summer Breeze”, da dupla de soft rock Seals & Crofts), Live It Up (1974, com a ultra-funky faixa-título), The Heat Is On (1975, tem “Fight The Power”, uma cacetada funky com solo incandescente do Ernie, e a linda “For The Love Of You”, regravada por Whitney Houston em 1987), Harvest For The World (1976, destaque para a canção-título, um hino pacifista), Go For Your Guns (1977, tem uma de minhas canções favoritas, a belíssima “Voyage To Atlantis”), Showdown (1978, inclui a sexy “Groove With You”) e Winner Takes All (1979, duplo, tem o sucesso “It’s A Disco Night”).
1983, lançaram o álbum Between The Sheets. A canção-título, uma balada sexy atmosférica e repleta de synths, foi um grande sucesso para os Isley Brothers. Este disco, porém, marcou o fim da formação 3+3: Ernie (cujos solos de guitarra inspirados em Hendrix foram a marca registrada do som setentista dos Isleys), Marvin e Chris saíram do grupo para lançar discos sob o nome Isley-Jasper-Isley. Embora este trio tenha gravado belos discos, só fizeram sucesso com a canção “Caravan Of Love” (1985), regravada pelos Housemartins.
THEY CALL ME MISTER BIGGS 
(CHAMAM-ME MISTER BIGGS)
Reduzido a um trio, os Isley Brothers originais gravaram o disco Masterpiece em 1985 . Em 1986, O’Kelly Isley morre por conta de um ataque cardíaco. A dupla remanescente de irmãos lança, em 1987, o disco Smooth Sailin’ (a faixa-título e a canção “à la Marvin Gaye” “It Takes A Good Woman” são excelentes). Foi o último disco com a participação de Rudolph Isley, que decidiu abandonar a carreira musical pela religião.
Entra em cena a talentosa Angela Winbush. Conhecida por integrar a dupla René & Angela, que fez sucesso nas paradas de R&B na primeira metade dos 80 (e lançou um disco espetacular, Street Called Desire, em 1985), Angela era compositora, musicista e produtora extremamente talentosa, totalmente sintonizada com a cena de eletro-soul dos anos 80. Com o auxílio eletrônico luxuoso de Angie, Ronnie Isley realizou algumas gravações solo que tiveram performance discreta nas paradas de R&B no fim dos 80 e início dos 90. Em 1991, Ronnie chama o irmão baixista Marvin Isley de volta e recupera o nome dos Isley Brothers para os anos 90, com um acréscimo: o grupo passa a chamar-se The Isley Brothers featuring Ronald Isley.
No início da nova década, Marvin Isley deixou o grupo por motivos de saúde (segundo li há alguns anos, ele teve uma perna amputada por conta da diabetes e vive retirado em casa). Para substituí-lo e justificar o nome do grupo, “The Isley Brothers”, Ronnie recrutou novamente o irmão guitarrista Ernie. Em 1995, convidados pelo polêmico cantor-compositor-produtor R.Kelly, Ronnie e Ernie participam da gravação de “Down Low (Nobody Has To Know)”.
l.
Ainda que a nova persona "gangsta" do Ronald Isley não agrade totalmente aos fãs mais antigos do grupo, é preciso reconhecer que foi uma estratégia vencedora do ponto de vista comercial. Os álbuns dos anos 90 do grupo, Mission To Please (1996, tem “Floatin' On Your Love”, uma jóia produzida por Angela Winbush), Eternal (2001, tem “Contagious”, a instrumental “Ernie's Jam” e a adaptação de “Think”, de Curtis Mayfield) e Body Kiss (2003, destaque para a faixa “What Would You Do? pt 1”), trouxeram de volta os discos de ouro e de platina.




The Isley Brothers
Informação geral
Origem Cincinnati, Ohio
País  Estados Unidos
Gêneros R&B, doo-wop, rock and roll, soul, gospel, funk, motown, quiet storm
Período em atividade 1957 - atualmente
Gravadora(s) RCA, Scepter, Tamla-Motown, T-Neck/Epic, DreamWorks, Def Soul/Island Def Jam
Afiliações Jimi Hendrix
Angela Winbush
R. Kelly
Página oficial Isley Brothers homepage
Integrantes
Ronald Isley
Ernie Isley
Ex-integrantes
O'Kelly Isley, Jr. (falecido)
Rudolph Isley
Marvin Isley (falecido)
Chris Jasper
Vernon Isley (falecido)



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