
Cher
Cher, nascida Cherilyn Sarkisian (El Centro, Califórnia, 20 de maio de 1946), é uma cantora e atriz dos Estados Unidos com uma carreira que já dura cinco décadas. Reconhecida por ter ajudado a difundir os conceitos de autonomia feminina e auto-reinvenção na indústria do entretenimento, ela é famosa pela voz grave e por ter trabalhado em várias áreas da mídia, bem como por reinventar constantemente sua música e imagem. Tudo isso a rendeu o apelido de Deusa do Pop.Cher ficou famosa como parte da dupla de folk rock Sonny & Cher, formada com o marido em 1965, popularizando uma sonoridade suave e única que competiu com a Invasão Britânica e o Motown Sound. Ao mesmo tempo, ela se estabeleceu como cantora solo com clássicos como "Bang Bang (My Baby Shot Me Down)", "Gypsys, Tramps & Thieves", "Half-Breed" e "Dark Lady", canções que lidam com temas raramente discutidos na música popular americana. Phill Marder, da revista Goldmine, a descreveu como líder de um movimento iniciado nos anos 60 que visava "expandir a rebelião feminina no mundo do rock" e como "o protótipo da rockstar feminina, ditando os padrões de aparência e atitude." Após ser considerada antiquada por uma nova geração que cultuava as drogas, Cher ressurgiu como estrela da televisão nos anos 70 com o estrondoso sucesso dos programas The Sonny & Cher Comedy Hour e Cher. Ela lançava tendências de moda com seu extravagante senso de estilo. Após se divorciar de Sonny em 1975, Cher experimentou com vários estilos musicais, incluindo disco music e New Wave, e quebrou recordes de público com seu espetáculo fixo em Las Vegas.
No início dos anos 80, Cher estreou na Broadway e foi indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante pelo filme Silkwood - O Retrato de uma Coragem. Nos anos seguintes, ela estrelou filmes de sucesso como Marcas do Destino, As Bruxas de Eastwick e Feitiço da Lua, pelo qual ganhou o Oscar de melhor atriz em 1988. Ao mesmo tempo, ela ganhou respeito como cantora de rock ao lançar uma série de álbuns multi-platinados e sucessos como "I Found Someone" e "If I Could Turn Back Time". Nos anos 90, ela estreou como diretora de cinema em O Preço de uma Escolha e lançou o maior sucesso musical de sua carreira, "Believe", que lançou a moda Auto-Tune (ou "efeito Cher") como efeito vocal. Nos anos 2000, ela embarcou na bem-sucedida Living Proof: The Farewell Tour e fechou um contrato de 180 milhões de dólares para se apresentar por três anos no Caesars Palace em Las Vegas.
Segundo o biógrafo Mark Bego, "ninguém na história do show business teve uma carreira com a magnitude e o alcance da [carreira] de Cher." Única pessoa a ter recebido todos esses prêmios, Cher ganhou um Oscar, um Grammy, um Emmy, três Globos de Ouro e o prêmio de melhor atriz no Festival de Cannes. Reconhecida como uma das artistas mais bem-sucedidas da história, ela vendeu mais de 100 milhões de álbuns solo e 40 milhões de cópias como parte da dupla Sonny & Cher. Ela é a única artista a ter alcançado o primeiro lugar nas paradas da Billboard em cada uma das últimas seis décadas.
Origem e infância
Cher(AFI: [ˈʃɛər]; ) nasceu com o nome de Cherilyn Sarkisian em El Centro, Califórnia, em 20 de maio de 1946.7 Seu pai, John Paul Sarkisian, era um refugiado armeno-americano que trabalhava como caminhoneiro, e sua mãe, Jackie Jean Crouch, que atendia pelo nome artístico de Georgia Holt, era uma aspirante a atriz e modelo de ascendência irlandesa, inglesa, alemã e cheroqui. A relação de seus pais era tempestuosa, como ela revelou anos mais tarde: "Eu [...] tinha dez meses de idade quando ela [sua mãe] se separou do meu pai pela primeira vez e foi a Reno pedir o divórcio." Depois dessa ocasião, eles se casaram e divorciaram mais duas vezes. O terceiro de oito casamentos de sua mãe foi com o ator John Southall, pai de sua meio-irmã, Georganne. Apesar da união ter durado apenas cinco anos, ela o considera seu pai verdadeiro e se lembra dele como "um homem de boa índole que ficava agressivo quando bebia demais". Eles se divorciaram quando ela tinha nove anos de idade.Os vários casamentos e subsequentes divórcios de sua mãe fizeram com que Cher e sua meio-irmã estivessem constantemente de mudança, geralmente com pouco dinheiro. Em determinado momento, sua mãe foi forçada a colocá-la em um orfanato. Embora ela a visitasse todos os dias, foi uma época dolorosa para mãe e filha, como relembrou Georganne: "Minha mãe se recorda disso como a experiência mais traumática da vida dela". Os familiares de Cher tomaram conhecimento de sua criatividade em tenra idade, quando ela "produziu" para sua classe o musical Oklahoma!. Segundo o biógrafo Connie Berman, "ela reuniu um grupo de garotas e dirigiu e criou as coreografias. Como não podia contar com garotos, ela atuou nos papéis masculinos e cantou suas músicas. Mesmo nessa idade, ela já tinha uma voz grave." Apesar dos tempos difíceis e da vida instável, ela tinha um sonho de infância: ser famosa, como ela comentaria anos mais tarde: "Eu não conseguia pensar em qualquer coisa que eu pudesse fazer... Eu não achava que seria uma cantora ou uma dançarina. Eu apenas achava que, bem, eu seria famosa. Esse era o meu objetivo."

Cher durante os anos de colegial
Vida pública e carreira
Década de 1960: Ascensão e queda

A Sunset Strip, em Los Angeles, foi palco das primeiras tentativas de Cher de entrar no show business. Depois de sair de casa aos 16 anos, ela começou sua carreira dançando nos clubes da região
No final de 1964, Cher assinou um contrato com a gravadora Imperial Records, e Sonny a acompanhou como seu produtor. O single "Dream Baby" (lançado sob o nome de Cherilyn) conseguiu audiência em Los Angeles, tornando-se um hit local. Suspeitando estar no caminho certo, ela lançou seu primeiro trabalho solo, All I Really Want to Do (1965), que foi descrito pela crítica como "um dos álbuns de folk pop mais fortes da época". O disco chegou ao Top 20 na parada dos mais vendidos da Billboard e permaneceu nela por seis meses. Seu cover de "All I Really Want to Do", de Bob Dylan, alcançou a posição de n° 15 no Hot 100. Enquanto isso, a dupla Sonny & Cher, como eles eram agora conhecidos, assinou com a Reprise Records e lançou seu primeiro single, "Baby Don't Go". A canção se tornou um grande sucesso em Los Angeles, possibilitando a mudança do casal para uma gravadora maior, a Atco Records. Look at Us, o primeiro álbum do duo, foi lançado no verão de 1965 e permaneceu na segunda posição da Billboard 200 por cinco semanas. Seu primeiro single, "I Got You Baeb", chegou ao primeiro lugar nos Estados Unidos e no Reino Unido simultaneamente, em agosto de 1965, e virou um grande hit internacional. O relançamento de "Baby Don't Go" alcançou a oitava posição no Billboard Hot 100. Vários outros hits menores se seguiram, incluindo "Just You", "But You're Mine", "What Now My Love" e "Little Man", até "The Beat Goes On" reestabelecer o duo no Top 10. Ao todo, a dupla registrou 11 hits no Top 40 da Billboard, incluindo seis hits Top 10, e vendeu 80 milhões de álbuns e singles em todo o mundo.
Cher e Sonny se tornaram um fenômeno comparado à Beatlemania, viajando e se apresentando em vários países. Durante 1965, eles tiveram cinco canções no Top 20 do Hot 100 ao mesmo tempo, um feito igualado apenas por Elvis Presley e os Beatles. Depois de uma aparição no programa de televisão The Ed Sullivan Show no outono de 1965, na qual o apresentador Ed Sullivan havia pronunciado seu nome como "Chur", a cantora passou a assiná-lo com um acento agudo (Chér), recurso que ela manteve até 1974.
Apesar de inicialmente vista como um pouco desajeitada e a parte menos importante da dupla, ela superou o medo de palco e o nervosismo, dirigindo piadas e alfinetadas ao seu parceiro, e logo se destacou como a integrante mais franca, ousada e provocativa. Com sua aparência misteriosa e exótica, ela se tornou a figura feminina de maior expressão do mundo pop, ajudando a popularizar as calças boca-de-sino e os vestidos excêntricos, acessórios hippie e fantasias que usava em apresentações ao vivo. Ela tinha 19 anos de idade, Sonny 30. Seu segundo álbum solo, The Sonny Side of Chér (1966), produziu os singles "Where Do You Go" (n° 25 no Hot 100) e "Bang Bang (My Baby Shot Me Down)" (n° 2 no Hot 100). Nos Estados Unidos, o último foi seu maior sucesso solo na década de 1960. Seu terceiro álbum solo, Chér, também lançado em 1966, trouxe "Alfie", que foi indicada ao Oscar de melhor canção original como tema do filme de Lewis Gilbert, e o hit europeu "Sunny". Em 1967, a cantora alcançou novamente o Top 10 do Hot 100 com "You Better Sit Down Kids", do álbum With Love, Chér.
Em uma tentativa de capitalizar com o sucesso inicial da dupla, Sonny rapidamente arranjou um projeto de filme para ser estrelado por eles: Good Times (1967), que se revelou um grande fiasco. Cher deu prosseguimento à sua carreira solo e lançou, em 1968, o álbum Backstage, que foi um fracasso comercial.
Ao mesmo tempo, sua carreira com Sonny também estagnava com a queda nas vendas de álbuns. O estilo musical suave e a posição anti-drogas da dupla tornaram-se impopulares em uma época marcada pelo auge do rock psicodélico, acompanhando uma mudança profunda na cena da cultura pop americana.
Seu casamento também começou a ruir nessa época. De acordo com a revista People, "Sonny a traiu várias vezes", porém, "tentou desesperadamente ganhá-la de volta, dizendo a ela que queria casar e formar uma família." Eles se casaram oficialmente logo após ela dar à luz a única filha do casal, Chastity Bono (agora legalmente nomeada Chaz Bono, após mudança de sexo), em 4 de março de 1969. A cantora fez sua segunda incursão no cinema em 1969, com Sonny escrevendo e produzindo o mal recebido Chastity, planejado para marcar sua estreia como uma atriz séria.Seu primeiro e único álbum lançado em contrato solo com a Atco Records, 3614 Jackson Highway (1969), foi bem recebido pela crítica, mas enfrentou vendas baixas. Após uma série de investimentos fracassados e enfrentando uma grave crise financeira, a dupla passou a fazer shows em resorts de Las Vegas. O ato, que misturava comédia e música ao vivo, aguçava suas personalidades públicas: Cher era apresentada ao público como a cantora mal-humorada, e Sonny atuava como o destinatário pacífico de seus insultos.Na realidade, ele controlava todos os aspectos do show, desde os arranjos musicais até a criação do roteiro. O sucesso esperado não veio, mas a sorte do duo melhorou quando um caça-talentos das redes de televisão assistiu a um de seus shows, notando o potencial do casal para estrelar um programa de variedades.
Década de 1970: Ressurgimento na televisão, carreira solo

Agora com 25 anos, Cher continuou a se estabelecer como artista solo, contando, dessa vez, com a ajuda do produtor musical Snuff Garrett. Seu primeiro hit n° 1 em carreira solo foi "Gypsys, Tramps & Thieves". A canção foi indicada ao Grammy na categoria de melhor interpretação vocal feminina pop e se tornou o single mais vendido da história da MCA Records até então. O álbum de mesmo nome foi lançado em setembro de 1971 e recebeu certificado de platina nos Estados Unidos. Seu segundo single, "The Way of Love", alcançou a sétima posição no Hot 100 em março de 1972. Em seguida, ela lançou os álbuns Foxy Lady (1972) e Bittersweet White Light (1973). Ela retornou ao primeiro lugar no Hot 100 com "Half-Breed", canção de assinatura do álbum de mesmo nome, lançado em 1973, que recebeu certificado de ouro nos Estados Unidos. Seu terceiro n° 1 veio com "Dark Lady", em 1974, também do álbum de mesmo nome.
Cher se separou de Sonny em 1972; no entanto, eles continuaram publicamente juntos até 1974. Sonny escreveu em seu diário na época: "Nós ainda temos um programa de televisão e o público ainda acha que somos casados [...]. Connie [Foreman, sua namorada na época] e eu vivemos juntos como marido e mulher. Mas minha esposa pública ainda é Cher, [... e] é assim que tem que ser." O fim do casamento foi anunciado durante a terceira temporada do The Sonny & Cher Comedy Hour, culminando no cancelamento do programa enquanto ele ainda estava no Top 10 de audiência. O que se seguiu foi um divórcio público e conturbado, finalizado em 27 de junho de 1975. Durante o processo de separação de Sonny, ela viveu um relacionamento de dois anos com o executivo musical David Geffen, responsável por livrá-la dos acordos contratuais com o ex-marido que a obrigavam a trabalhar exclusivamente para a Cher Enterprises, uma empresa que ele controlava. Ela também flertou publicamente com o ator Marlon Brando e o cantor Elvis Presley durante esse período. Sobre Brando, ela disse: "Lamento não tê-lo conhecido melhor. Tivemos ótimos momentos, mas eu estava tentando fazer meu casamento [com Sonny] dar certo." Sobre Elvis, ela disse: "Ele me ligou e queria que eu passasse um fim de semana com ele, mas eu estava muito nervosa. Estava prestes a ir, mas pensei: 'Não, eu não quero' e depois me arrependi." Em 1974, ela ganhou o Globo de Ouro de melhor atriz em televisão - comédia ou musical. No mesmo ano, Sonny lançou sua própria atração, The Sonny Comedy Revue, que foi cancelada seis semanas após a estreia.
Cher e Don Knotts no programa de televisão The Sonny and Cher Show, em 1976
Apresentando-se em um show da Take Me Home Tour (1979–82)
Eles se separaram definitivamente após dois anos de casamento.
Entre 1975 e 1977, Cher lançou uma série de álbuns malsucedidos pela Warner Bros. que, com o tempo, viriam a ser considerados clássicos cult: Stars, I'd Rather Believe in You e Cherished. The Sonny and Cher Show estreou em 2 de fevereiro de 1976 sob altas expectativas, classificando-se no Top 10 de audiência. Coincidindo com a popularidade inicial do programa, a Mego Toys lançou uma linha de bonecos inspirados em Cher e Sonny. Entre os convidados da atração estiveram Muhammad Ali, Raymond Burr, Charo, Barbara Eden, Farrah Fawcett, Bob Hope, Don Knotts, Jerry Lewis, Debbie Reynolds, Tina Turner, Twiggy e Betty White. A audiência, no entanto, logo caiu, e o programa foi cancelado após sua segunda temporada. Embora tenha sido breve, o sucesso do The Sonny and Cher Show foi único, uma vez que, a partir da segunda metade da década de 1970, programas de variedades deixaram de atrair a atenção dos telespectadores. Nos anos seguintes, ela retornou ao horário nobre com os especiais Cher... Special (1978), que recebeu três indicações ao Emmy, e Cher... And Other Fantasies (1979). Em 1978, ela mudou legalmente seu nome de Cherilyn Sarkisian LaPiere Bono Allman para Cher, sem nenhum sobrenome. Segundo Heidi Stevens, do Chicago Tribune, ela estava "cansada de ser associada com os sobrenomes de seu pai, padrasto e ex-maridos".
Association of America (RIAA). Entre 1979 e 1982, ela fez uma série de shows (hoje conhecida como a Take Me Home Tour) que marcou sua estreia solo ao vivo. A grande maioria dos concertos aconteceu no Caesars Palace, em Las Vegas, pelos quais ela recebeu um salário de 320 mil dólares por semana. Ainda em 1979, ela apareceu praticamente nua e envolta em correntes na capa do seu segundo álbum lançado pela Casablanca, Prisoner, estimulando controvérsia entre alguns grupos de direitos das mulheres por sua imagem de "escrava sexual". Esse álbum produziu a canção "Hell on Wheels", destaque na trilha sonora do filme Roller Boogie, que foi descrita pela crítica como um "hino dance atemporal" e que capturou e ajudou a popularizar a febre da patinação sobre rodas do final da década. Durante essa época, ela teve um relacionamento com Gene Simmons, baixista da banda Kiss.
Década de 1980: Declínio, estrelato no cinema e retorno ao sucesso musical
Em 1980, Cher gravou sua última canção disco, chamada "Bad Love", para a trilha sonora do filme Foxes.104 Mais tarde, no mesmo ano, ela formou a banda de rock Black Rose com seu então namorado, o guitarrista Les Dudek, e lançou um álbum com o mesmo nome. A banda foi promovida sem usar sua fama (seu nome não aparece na capa do disco e seu rosto é visto apenas em uma foto dos integrantes na contra-capa), o que contribuiu para que o álbum não vendesse bem e o grupo se separasse no ano seguinte. Ela disse à imprensa mais tarde: "Nós fomos os precursores de um certo tipo de música que está acontecendo hoje, um certo tipo de atitude, estilo e merda como essa, mas minha imagem em vestidos de miçangas na capa do National Enquirer era muito difícil de combater." Em 1981, ela gravou um dueto com o músico Meat Loaf chamado "Dead Ringer for Love", que foi descrito pela crítica como "um dos duetos de rock mais inspirados dos anos 80" e que alcançou o Top 5 no Reino Unido. No ano seguinte, ela lançou, pela Columbia Records, o álbum I Paralyze, que foi ignorado pela crítica e, consequentemente, teve vendas decepcionantes.
Cher na Casa Branca com a ex-primeira dama Nancy Reagan, em outubro de 1985
Seus primeiros investimentos no mundo do entretenimento tinham sido voltados para o cinema ao invés da música; no entanto, suas tentativas anteriores (Good Times e Chastity) haviam sido duramente criticadas. A essa altura, ela era considerada uma piada e sua carreira era julgada como "coisa do passado".2 Em 1982, ela conseguiu um papel em uma produção da Broadway, Come Back to the Five and Dime, Jimmy Dean, Jimmy Dean. No mesmo ano, ela foi escalada para o elenco de sua versão cinematográfica (br: James Dean, o Mito Sobrevive; pt: Volta Jimmy Dean, Volta Para Nós), dirigida por Robert Altman, que lhe deu uma indicação ao Globo de Ouro. Em seguida, ela contracenou com Meryl Streep e Kurt Russell no drama Silkwood (br: Silkwood - O Retrato de uma Coragem; pt: Reacção em Cadeia; 1983), interpretando uma operária lésbica que namorava a personagem de Streep. Por seu desempenho "intenso" e "nu e cru", ela recebeu sua primeira indicação ao Oscar, como melhor atriz coadjuvante, e foi premiada com o Globo de Ouro de melhor atriz coadjuvante.
O próximo filme de Cher, Mask (br: Marcas do Destino; pt: Máscara; 1985), dirigido por Peter Bogdanovich, estreou em terceiro lugar na bilheteria dos Estados Unidos e foi considerado seu primeiro sucesso comercial e de crítica como atriz principal. Por sua atuação como mãe de um garoto desfigurado (Eric Stoltz), ela ganhou o prêmio de melhor atuação feminina no Festival de Cannes e recebeu uma indicação ao Globo de Ouro de melhor atriz em filme dramático. De acordo com o livro Hollywood Songsters: Allyson to Funicelloo, "alguns sentiram (incluindo Cher) que, por ela desafiar tanto os padrões, a indústria a evitou nas indicações ao Oscar. Para mostrar seu desprezo pelo 'sistema', ela apareceu na cerimônia da premiação daquele ano [1986] em um de seus figurinos mais estranhos (parecido com uma tarântula)." Ainda em 1985, ela foi agraciada com o prêmio de mulher do ano pela companhia de teatro Hasty Pudding, da Universidade Harvard, e formou a produtora de cinema Isis Productions.
Em maio de 1986, Cher causou controvérsia ao chamar o apresentador David Letterman de "bundão" durante uma participação em seu programa de televisão. Ela respondeu isso ao ser perguntada por que havia se recusado a aparecer em sua atração anteriormente, recebendo uma mistura de vaias e risos do público. Ele, no entanto, encerrou rapidamente o assunto, classificando o incidente como uma brincadeira. Em novembro de 1987, ela se reuniu pelo que seria a última vez com o ex-marido Sonny Bono no mesmo programa, apresentando uma versão improvisada de "I Got You Babe". Durante essa época, ela esteve envolvida em sucessivas relações com homens mais jovens, incluindo os atores Val Kilmer, Eric Stoltz e Tom Cruise, o produtor cinematográfico Josh Donnen e Rob Camilletti, um padeiro 18 anos mais novo com quem ela viveu por três anos. Camilletti foi apelidado de "Bagel Boy" ("garoto das rosquinhas", em tradução livre) pela imprensa e gerou repercussão ao destruir as câmeras de alguns paparazzi que cercavam a casa de Cher em 1989. Eles se separaram pouco tempo depois.
O videoclipe de "If I Could Turn Back Time" (1989) foi proibido em alguns canais musicais de televisão como a MTV

Cher se apresentando em um show da Heart of Stone Tour (1989–90)
Década de 1990: Altos e baixos, volta por cima
Em 1990, Cher estrelou o sucesso de crítica e bilheteria Mermaids (br: Minha Mãe É uma Sereia; pt: A Minha Mãe É uma Sereia), com Bob Hoskins, Winona Ryder e Christina Ricci. Ela gravou duas canções para a trilha sonora do filme: "Baby I'm Yours" e "The Shoop Shoop Song (It's in His Kiss)". A última foi um sucesso mundial, alcançando o primeiro lugar no Reino Unido, a terceira posição na Alemanha e França e a quinta colocação na Austrália. Em 1991, ela lançou seu terceiro e último álbum de estúdio pela Geffen: Love Hurts, que estreou em primeiro lugar no Reino Unido, onde permaneceu por seis semanas consecutivas. O disco vendeu mais de dez milhões de cópias e produziu cinco singles: "Love and Understanding", que entrou no Top 10 no Reino Unido e no Top 20 nos Estados Unidos; "Save Up All Your Tears", "Love Hurts" (destaque na trilha sonora da telenovela brasileira Vamp, de 1991), "Could've Been You" e "When Lovers Become Strangers". Na Alemanha, ela recebeu o prêmio Echo de cantora internacional mais bem-sucedida do ano. Em 1992, ela embarcou na Love Hurts Tour e lançou dois programas de condicionamento físico em VHS: Cherfitness: A New Attitude e Cherfitness: A Body Confidence. Em novembro do mesmo ano, a coletânea européia Greatest Hits: 1965-1992, que continha três faixas inéditas ("Oh No Not My Baby", "Whenever You're Near" e "Many Rivers to Cross"), alcançou a primeira posição no Reino Unido por sete semanas não-consecutivas.
Cher se apresentando em Nova Iorque (1996)

Estrela da dupla Sonny & Cher na Calçada da Fama de Hollywood
O vigésimo terceiro álbum de estúdio de Cher, Believe (1998), uma coleção de faixas dance, atingiu o Top 10 em quase todos os principais mercados musicais do planeta, incluindo os Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido e França, e recebeu certificado quádruplo de platina pela RIAA, com vinte milhões de cópias vendidas em todo o mundo, marcando sua "volta por cima".A faixa-título, ganhadora do Grammy de melhor gravação dance e primeiro single do álbum, chegou à primeira posição em 23 países e vendeu mais de 11 milhões de cópias, transformando-se na música mais popular de 1999 e no maior hit de sua carreira. Com "Believe", ela se tornou a mulher mais velha (aos 52 anos) a ter um hit n° 1 no Hot 100 e bateu os recordes de maior extensão de tempo de hits n° 1 (33 anos e sete meses) e maior intervalo entre dois hits n° 1 (dez dias para 25 anos) da parada. Ela também é a única cantora a ter hits solo no Top 10 do Hot 100 nas décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990. No UK Singles Chart, "Believe" permaneceu na primeira posição por sete semanas consecutivas, convertendo-se no single mais vendido da história por uma cantora no Reino Unido.A canção também foi destaque na trilha sonora da telenovela brasileira Suave Veneno (1999). O segundo single do álbum, "Strong Enough", continuou o sucesso de "Believe" na Europa, chegando à terceira posição na Alemanha e França e à quinta colocação no Reino Unido.O disco também produziu os hits europeus "All or Nothing" e "Dov'è l'amore".
Em novembro de 1998, Cher publicou a autobiografia The First Time, uma coleção de memórias de sua infância, adolescência e carreira.Em janeiro de 1999, ela cantou o "The Star-Spangled Banner" no Super Bowl XXXIII.Em março, ela se apresentou ao lado de Tina Turner e Elton John no especial de televisão VH1 Divas Live 2. No mesmo mês, ela co-estrelou o bem recebido filme de Franco Zefirelli Tea with Mussolini (br/pt: Chá com Mussolini), com Judi Dench, Maggie Smith e Joan Plowright. Sua Do You Believe? Tour viajou ao longo de 1999 e 2000 pelos Estados Unidos, Canadá, Europa e África, com o especial de televisão indicado ao Emmy Cher: Live at the MGM Grand in Las Vegas indo ao ar em agosto de 1999. Em novembro, ela lançou a coletânea The Greatest Hits, que estreou em primeiro lugar na Alemanha (seu segundo álbum n° 1 consecutivo no país) e alcançou a sétima posição no UK Albums Chart. O disco não foi vendido nos Estados Unidos devido ao lançamento quase simultâneo da compilação norte-americana If I Could Turn Back Time: Cher's Greatest Hits, que recebeu certificado de ouro pela RIAA. Na Alemanha, ela se tornou novamente a cantora internacional mais bem-sucedida do ano e ganhou seu segundo prêmio Echo.
Década de 2000: Colhendo os louros, sucesso na estrada
Em 2000, Cher lançou um álbum de rock alternativo intitulado Not.com.mercial. Esse trabalho foi quase inteiramente composto por ela durante um retiro de compositores na França, em 1994, e marcou a primeira vez que ela escreveu a maioria do material para um de seus álbuns. O disco havia sido rejeitado pelos executivos da Warner por "não ser comercial", razão pela qual ela decidiu vendê-lo exclusivamente através de seu site. Em novembro do mesmo ano, ela foi destaque no álbum Stilelibero, do cantor italiano Eros Ramazzotti, em um dueto da canção "Più Che Puoi".No mesmo mês, ela fez uma participação como convidada especial no episódio da série Will & Grace "Gypsies, Tramps and Weed" (nomeado em alusão à sua música "Gypsys, Tramps & Thieves"), que deu à série sua segunda maior audiência de todos os tempos. Ainda em 2000, ela foi premiada com o Women in Film Lucy Award, juntamente com os criadores e elenco de If These Walls Could Talk, por seu trabalho como diretora e atriz no filme. O Lucy Award reconhece a excelência e inovação em trabalhos criativos que têm reforçado a percepção das mulheres por meio da televisão.
"Nós apenas escolhemos canções que pareciam satisfatórias em uma base
individual. Só quando começamos a avaliar o álbum inteiro e brincar com
a sequência que nós percebemos que ele tinha inconscientemente se
tornado um álbum cheio de amor e calor. Foi uma surpresa agradável, e é
certamente um momento adequado para colocar um pouco de energia positiva
no mundo."
—Cher falando sobre o álbum Living Proof.
Cher se apresentando na Living Proof: The Farewell Tour, uma das turnês mais bem-sucedidas de todos os tempos
Em 2003, The Very Best of Cher, uma coletânea que reúne todos os maiores hits de sua carreira, foi lançada. O álbum alcançou a quarta posição na Billboard 200, expandindo sua longevidade na parada para mais de 38 anos, e recebeu certificado duplo de platina nos Estados Unidos. Em setembro de 2003, ela assinou com a divisão americana da Warner Bros. Records, após romper com o selo WEA, da divisão britânica da Warner, em 2002. Em outubro do mesmo ano, ela participou do álbum As Time Goes By: The Great American Songbook 2, do cantor Rod Stewart, em um dueto da canção "Bewitched, Bothered and Bewildered". Ainda em 2003, ela interpretou a si mesma na comédia dos irmãos Farrelly Stuck on You (br: Ligado em Você; pt: Agarrado a Ti; 2003), com Matt Damon e Greg Kinnear. Ela parodiou sua própria imagem pública no filme, aparecendo na cama com um adolescente (Frankie Muniz).222 223 Em 2004, ela recebeu uma indicação ao Grammy de melhor gravação dance pela música "Love One Another".
Apresentando-se no Caesars Palace, em Las Vegas (2009)
Década de 2010: Novos projetos
Em junho de 2012, Cher afirmou em seu Twitter que estava ajudando a escrever um musical baseado em sua vida, e que este já se encontrava em fase de pré-produção. Ela também mencionou que pode interpretar a si mesma no espetáculo, que será apresentado na Broadway. Ao longo de 2011 e 2012, Cher esteve trabalhando em seu primeiro álbum de estúdio desde Living Proof (2001). Ela afirmou inicialmente que iria gravar em Nashville, Tennessee, levando à especulação de que o novo trabalho seria orientado para o gênero country; no entanto, em junho de 2011, ela escreveu em sua página no Twitter que o disco será "bastante dançante". Entre as faixas estavam confirmadas tinha "The Greatest Thing", um dueto com a cantora americana Lady Gaga escrito pela própria e produzido por RedOne; "Red", duas versões do seu hit de 2010 "You Haven't Seen the Last of Me" e a balada "I Walk Alone". A última foi uma das duas colaborações da cantora americana Pink para o álbum (a outra é uma faixa de rock e dance possivelmente intitulada "You Can't Go Home"); ela disse: "É uma baita honra. Eu finalmente me sinto como uma compositora. E eu sou uma grande fã." Outros colaboradores incluem Timbaland, Diane Warren, Jason Derülo, Kuk Harrell, Mark Taylor e Billy Mann. Em outubro de 2012, dois títulos de músicas foram registrados em seu nome na ASCAP: "Woman's World" e "Collide", escritas por Anthony Robert Crawford, Paul Oakenfold e um terceiro autor desconhecido. No mesmo mês, a letra e uma versão demo de "Woman's World", o primeiro single do álbum, foram publicados na web. Em novembro, a canção foi disponibilizado no YouTube pela Warner Bros., responsável pelo novo álbum da cantora. Sob grande aguardo, a faixa foi bem recebido pelo público e crítica, recebendo mais de 230.000 exibições em apenas dois dias de lançamento oficial. Em setembro de 2013, a cantora lançou seu aguardado vigésimo sexto álbum de estúdio, Closer to the Truth. Ao contrário do que era esperado, o disco não trouxe "The Greatest Thing" com Lady Gaga, já que a mesma não gostou do resultado da faixa. Após o lançamento do projeto, Closer to the Truth alcançou a terceira posição da Billboard 200, se tornando o maior debute de toda a sua carreira, vendendo 63 mil cópias na primeira semana.
Estilo musical

Bob Dylan (imagem) foi um dos compositores predominantes no repertório de Cher em seus primeiros anos de carreira
Cher lançou sucessos nas décadas de 1960 e 1970 trabalhando em diversos gêneros, que vão desde as baladas girl group, estilo popular no início dos anos 60, e o folk-pop, influenciado pela cantora e compositora Jackie DeShannon, até o pop adulto-contemporâneo. Seu primeiro álbum, All I Really Want to Do (1965), era, assim como a maioria de seus trabalhos solo na década de 1960, predominantemente folk-rock, com uma pequena influência girl group e calcado no repertório de compositores como Bob Dylan, Pete Seeger, DeShannon e Sonny Bono, seu parceiro musical, que produziu grande parte de seu material na década usando suas habilidades de produção derivadas do produtor Phil Spector. Segundo Joe Viglione, do Allmusic, "o ícone de cantora folk era um ingrediente importante nessa fase da carreira solo de Cher". Ele também escreveu que seu álbum de 1967, With Love, Chér, "mostra porque a cantora encantou seus ouvintes e passou a competir no mesmo patamar de Dusty [Springfield] e Petula [Clark]".Uma canção deste álbum, "You Better Sit Down Kids", tratou do divórcio, um tema incomum para uma gravação pop dos anos 60. Outros lançamentos seus da época também abordaram áreas difíceis, como "I Feel Something in the Air" e "Mama (When My Dollies Have Babies)", que lidaram com a gravidez indesejada.
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Legado e imagem pública
Cher, vista aqui em cena de um esquete do The Sonny and Cher Show, é reconhecida como a primeira mulher a mostrar o umbigo na televisão
Desde a década de 1960, Cher foi uma criadora de tendências de moda, popularizando os cabelos lisos e longos, as calças boca-de-sino (que são muitas vezes citadas como uma criação sua) e a barriga exposta. Ela começou a trabalhar como modelo em 1967 para o fotógrafo Richard Avedon, após ser descoberta pela então diretora da revista Vogue, Diana Vreeland. Cher foi cinco vezes capa da Vogue, entre 1972 e 1975. Através de seus programas de televisão na década de 1970, ela se tornou um símbolo sexual e desafiou a censura com seus vestidos e conjuntos ousados, usualmente desenhados por Bob Mackie. Ela é reconhecida como a primeira mulher a mostrar o umbigo na história da televisão. De acordo com a escritora Sheila Whiteley, "a influência de Mackie e Cher foi responsável pelo sucesso do jeans de cós baixo que mostrava a barriga nos anos 70." O Los Angeles Times escreveu que "eles não fazem mais ícones de estilo como Cher. Desde o início de sua carreira, [...] ela entendeu que cultivar um visual era tão importante quanto cultivar uma sonoridade. Ao contrário das estrelas de hoje, ela não era um outdoor à venda pela melhor oferta. Ela era a boneca Barbie do mundo, uma fantasia viva da moda [...] que frequentava simultaneamente as listas dos mais bem e mal vestidos. Ame-a ou odeie-a, ela sempre nos mantém interessados." Seu videoclipe de "Hell on Wheels" (1979) mantém a distinção de ser um dos primeiros vídeos rock a ser produzido no padrão da MTV, antes mesmo de sua existência. Em 1989, ela embarcou no navio USS Missouri (BB-63), da Marinha dos Estados Unidos, vestindo apenas uma meia arrastão para o videoclipe de "If I Could Turn Back Time", que foi o primeiro a ser banido pela MTV na história (sua popularidade cresceu após a censura, o que fez com que o canal concordasse em exibi-lo a partir das 9 horas da noite).
O senso de estilo ultrajante de Cher tem sido celebrado e ao mesmo tempo renegado ao longo dos anos. Em maio de 1999, após ela ter sido homenageada pelo Council of Fashion Designers of America com um prêmio especial por sua influência na moda, o Los Angeles Times publicou que "ao invés de ser retratada nos livros de história como uma das mais importantes vítimas do mundo da moda, o tempo a transformou em uma visionária. Estilistas influentes têm evocado seu nome como uma fonte de inspiração e orientação [citando, entre outros nomes, Tom Ford, Anna Sui e Dolce & Gabbana] por dar o tom adequado ao miserável excesso contemporâneo. O penteado que é sua marca registrada – cabeleira lisa e reta partida ao meio – foi um dos poucos estilos nostálgicos a dar o salto das passarelas para Hollywood e para as ruas da cidade. [...] Sua personalidade de showgirl sensual nativo-americana agora parece resumir a corrida da indústria da moda para comemorar os adornos, a etnia e o apelo sexual." Whiteley escreveu que "apesar de Cher ter se tornado um dos maiores ícones americanos da década de 1990, sua imagem extravagante continua a atrair tanta ou mais atenção do que sua capacidade como cantora, reforçando o fato de que uma boa voz (e seus vocais poderosos são significativos em termos de entrega) é menos importante no cenário pop do que o seu muitas vezes duvidoso senso de moda." O figurino "preto, parecido com uma aranha, aberto no tronco e acompanhado de um cocar de penas" que ela usou no Oscar de 1986 foi descrito por ele como "um dos mais chocantes na história da moda". Ela também é conhecida por suas perucas. De acordo com Whiteley, "no encarte do álbum Living Proof (2001), seu estilo varia entre cachos castanhos de boneca de pano, loiro Brünhild e muitos tons de branco, cinza e preto."

Cher como destaque na capa de 17 de março de 1975 da revista Time, fotografada por Richard Avedon. O vestido é uma criação do estilista Bob Mackie
O trabalho de Cher influenciou artistas de várias áreas do entretenimento, incluindo Beyoncé, Boney M, Britney Spears, Captain & Tennille,Carpenters, Céline Dion, Chrissie Hynde, Christina Aguilera, Drew Barrymore, Eros Ramazzotti,Eurythmics, Jennifer Lopez, Lady Gaga,Madonna, Marilyn McCoo & Billy Davis, Jr. e Meat Loaf. Ela inspirou e foi mencionada nas canções "Chance to Advance" (D12), "Did It On'em" (Nicki Minaj), "Hammerhead" (David Bowie), "Lullaby" (Shawn Mullins), "Redneck" (Jerry Lee Lewis), "Rockstar" (Nickelback),"She Don't Use Jelly" (Flaming Lips), "Snow Queen" (Elton John) e "Stuck in the Moment" (Justin Bieber).
Tatuagens
Cher se tornou conhecida por suas tatuagens antes de elas se tornarem uma tendência de moda entre as mulheres. Segundo o site Vanishing Tattoo, "Cher foi uma das primeiras celebridades a abraçar aberta e entusiasticamente as tatuagens e a arte corporal e, com seu ultrajante senso de estilo e moda, desempenhou um papel fundamental na aceitação das tatuagens na cultura popular mainstream." Ainda segundo o site, "sua influência pode ser vista nas primeiras supermodelos que tiveram tatuagens".Entre suas tatuagens estiveram uma grande borboleta com desenho floral em suas nádegas, um colar em seu braço esquerdo com três amuletos pendurados: o símbolo egípcio ankh, uma cruz e um coração; um kanji em seu ombro direito, um pequeno grupo de cristais no estilo da art déco em seu braço direito, uma orquídea negra no lado direito da sua virilha e um crisântemo em seu tornozelo esquerdo.No final da década de 1990, Cher passou a fazer tratamentos para remover algumas de suas tatuagens. O processo continuou em andamento na década de 2000. "Quando eu me tatuei," ela disse, "apenas meninas más faziam isso: eu e Janis Joplin e garotas motoqueiras. Agora isso não significa nada. Ninguém fica surpreso. Eu fiz uma tatuagem assim que deixei Sonny [Bono] e me senti realmente independente. Esse era o meu emblema."
Cirurgias plásticas
Cher (direita), vista aqui ao lado de Farrah Fawcett
em 1976, foi acusada de substituir seu visual "forte" e "étnico" por
uma versão mais "delicada" e "convencional" da beleza feminina
Vida pessoal
Trabalho humanitário
Os esforços filantrópicos de Cher incluem principalmente o apoio a pesquisas de saúde para a melhoria da qualidade de vida de pacientes, a defesa dos direitos de militares veteranos, o apoio a iniciativas de combate à pobreza e o auxílio a crianças vulneráveis. Desde 1990, ela serve como doadora, presidente nacional e porta-voz honorária da Children's Craniofacial Association, associação que tem como objetivo capacitar e dar esperanças a crianças facialmente desfiguradas e seus familiares. A associação promove anualmente o Cher's Family Retreat, evento que provém a pacientes com problemas crânio-faciais e seus familiares a oportunidade de interagir com outras pessoas que tenham passado por experiências semelhantes.Ao longo dos anos, durante suas turnês, ela doou frequentemente ingressos e passagens para os bastidores para famílias e grupos sem fins lucrativos que beneficiam crianças e jovens com deformidades faciais. Ela também apoia e promove a organização Get A-Head Charitable Trust, que visa melhorar a qualidade de vida de pessoas com doenças na cabeça e no pescoço. Em 1993, ela participou de um esforço humanitário na Armênia (seu pai era um refugiado armeno-americano), levando comida e suprimentos médicos para a região devastada pela guerra. Ela também tem sua própria fundação, a Cher Charitable Foundation, que contribui com recursos financeiros para instituições de caridade e causas que a comovem.Cher tem sido uma ativista vocal e defensora assídua dos soldados americanos e dos veteranos que retornaram da zona de guerra. Ela doou 130 mil dólares para a Operation Helmet, organização que fornece kits de capacetes gratuitos para as tropas no Iraque e Afeganistão. Ela também contribuiu para o Intrepid Fallen Heroes Fund, programa que ajuda na reabilitação de militares gravemente feridos em operações de guerra.Ela esteve engajada na construção de casas promovida pela organização Habitat for Humanity, que tem como meta a eliminação de condições de moradia inadequadas, e serviu como presidente nacional honorária da iniciativa "Raise the Roof", que busca envolver artistas no trabalho da organização. Ela também é doadora, arrecadadora de fundos e porta-voz internacional da organização Keep a Child Alive, que visa acelerar as ações para combater a AIDS, incluindo o fornecimento de medicamento anti-retroviral para crianças e suas famílias com HIV.
Mais recentemente, Cher esteve envolvida na construção de uma escola em Ukunda, no Quênia. A Peace Village School fornece alimentação balanceada, assistência médica, educação e atividades extracurriculares para mais de 300 órfãos e crianças vulneráveis, com idades entre 2 e 13 anos. O apoio da artista permitiu à escola adquirir terreno e construir moradias permanentes, além de novas instalações. Em parceria com a Malaria No More e outras organizações, ela também coordena um programa que busca erradicar a mortalidade e morbidade por malária na comunidade.
Interesses políticos

Cher apoiou Hillary Clinton (imagem) em sua campanha presidencial
Em 27 de outubro de 2003, Cher ligou para um programa da emissora política de televisão a cabo C-SPAN e contou sobre uma visita que fez a soldados mutilados no hospital Walter Reed Army Medical Center, criticando a falta de cobertura da mídia e atenção do governo aos militares feridos. Ela também comentou que assiste ao canal todos os dias. Embora tenha se identificado como uma "artista sem nome", ela foi reconhecida pelo apresentador, que questionou seu apoio ao candidato presidencial independente Ross Perot em 1992. Ela disse: "Quando ouvi seu discurso, logo no início, achei que ele poderia trazer algum tipo de abordagem de negócios [...] e menos partidarismo, mas depois, claro, eu, como todo mundo, fiquei completamente decepcionada por ele ter simplesmente desistido e fugido sem que ninguém soubesse explicar exatamente o porquê."Em 2006, ela ligou novamente para a C-SPAN na semana do Memorial Day, dessa vez representando a Operation Helmet, organização sem fins lucrativos que fornece capacetes para prevenir lesões na cabeça dos soldados em zona de guerra.Um mês depois, ela apareceu ao vivo no canal com o Dr. Bob Meaders, fundador da causa.No mesmo ano, ela explicou ao jornal americano Stars and Stripes seu posicionamento "contra a guerra do Iraque, mas a favor das tropas": "Eu não sou obrigada a ser a favor desta guerra para apoiar as tropas, porque estes homens e mulheres fazem o que acham certo e o que lhes mandam fazer. [...] Eles fazem o melhor que podem."
Cher apoiou Hillary Clinton em sua campanha presidencial: "Eu gosto de Hillary e acho que ela daria a melhor presidente. Considero Barack Obama um homem bom, altruísta [... e] inteligente e acho que em algum momento ele pode se tornar um grande líder. Só não acho que seja agora."Após Obama ganhar a nomeação democrata, ela apoiou sua candidatura em programas de televisão.No entanto, ela disse à revista Vanity Fair em 2010 que ainda acha que Hillary teria feito um trabalho melhor, embora aceite o fato de que Obama tenha herdado problemas insuperáveis. Na entrevista, ela também se posicionou contra as políticas americanas Sarah Palin ("Quando ela chegou, eu pensei: 'Ah, droga, isto é o fim'. Porque uma mulher burra é uma mulher burra") e Jan Brewer, então governadora do Arizona, que liderou a repressão à imigração no estado: "Ela é pior do que Sarah Palin, se é que isso é possível. [...] Ela manipula os serviços do Estado, mas eu não a deixaria manipular um controle remoto."
Discografia
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Filmografia
Ano | Título | Título em português | Papel | Notas330 |
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1965 | Wild on the Beach331 | Ela mesma | Participação especial | |
1967 | Good Times | Ela mesma | ||
1969 | Chastity | Chastity | ||
1982 | Come Back to the Five and Dime, Jimmy Dean, Jimmy Dean | br: James Dean, o Mito Sobrevive; pt: Volta Jimmy Dean, Volta Para Nós | Sissy | Indicada — Globo de Ouro – Melhor atriz coadjuvante em cinema Segundo lugar — Los Angeles Film Critics Association Award – Melhor atriz coadjuvante |
1983 | Silkwood | br: Silkwood - O Retrato de uma Coragem; pt: Reacção em Cadeia | Dolly Pelliker | Globo de Ouro – Melhor atriz coadjuvante em cinema Indicada — BAFTA[desambiguação necessária] – Melhor atriz coadjuvante Indicada — Oscar – Melhor atriz coadjuvante |
1985 | Mask | br: Marcas do Destino; pt: Máscara | Florence 'Rusty' Dennis | Festival de Cannes – Prêmio de interpretação feminina Empatado com Norma Aleandro por La Historia Oficial Indicada — Globo de Ouro – Melhor atriz em filme dramático |
1987 | Suspect | br/pt: Sob Suspeita | Kathleen Riley | |
1987 | The Witches of Eastwick | br/pt: As Bruxas de Eastwick | Alexandra Medford | |
1987 | Moonstruck | br: Feitiço da Lua; pt: O Feitiço da Lua | Loretta Castorini | David di Donatello – Melhor atriz estrangeira Globo de Ouro – Melhor atriz em cinema - comédia ou musical Italian National Syndicate of Film Journalists – Melhor atriz em filme estrangeiro Empatado com Stéphane Audran por Babettes gæstebud Kansas City Film Critics Circle Award – Melhor atriz Oscar – Melhor atriz Indicada — BAFTA – Melhor atriz Indicada — Sant Jordi Award – Melhor atriz estrangeira |
1990 | Mermaids | br: Minha Mãe É uma Sereia; pt: A Minha Mãe É uma Sereia | Rachel Flax | |
1992 | The Player | br/pt: O Jogador | Ela mesma | Participação especial |
1994 | Prêt-à-Porter | pt: Pronto-a-Vestir | Ela mesma | Participação especial |
1996 | Faithful | br: Fiel, Mas Nem Tanto; pt: Fielmente Teu | Margaret | |
1999 | Tea with Mussolini | br/pt: Chá com Mussolini | Elsa Morganthal Strauss-Almerson | |
2003 | Stuck on You | br: Ligado em Você; pt: Agarrado a Ti | Cher/Honey Garriet | |
2010 | Burlesque | Tess | Satellite Award – Melhor canção original Dividido com Diane Warren (compositora) pela canção "You Haven't Seen the Last of Me" Indicada — Critics' Choice Award – Melhor canção original Dividido com Diane Warren (compositora) pela canção "You Haven't Seen the Last of Me" Indicada — World Soundtrack Award – Melhor canção original escrita diretamente para um filme Dividido com Diane Warren (compositora) pela canção "You Haven't Seen the Last of Me" |
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2011 | Zookeeper | br: O Zelador Animal; pt: O Guarda do Zoo | Janet, a Leoa | Voz |
Ano | Título | Papel | Notas330 |
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1967 | The Man from U.N.C.L.E.332 | Ramona | Episódio: "The Hot Number Affair" |
1970 | The Sonny & Cher Nitty Gritty Hour | Ela mesma | |
1971 | Love, American Style333 | Ela mesma | Episódio: "Love and the Sack" |
1971– 1974 |
The Sonny & Cher Comedy Hour | Ela mesma (co-apresentadora)/ vários personagens |
Globo de Ouro — Melhor atriz em televisão – comédia ou musical Empatado com Jean Stapleton por All in the Family Indicada — Emmy Award – Melhor programa de variedades ou música (1972, 1973, 1974) Indicada — Emmy Award – Melhor programa único de variedades ou música pelo episódio de 31 de janeiro de 1972 |
1972 | The New Scooby-Doo Movies334 | Ela mesma | Episódio: "The Secret of Shark Island" (voz) |
1975– 1976 |
The Cher Show | Ela mesma (apresentadora)/ vários personagens |
Indicada — Emmy Award – Melhor programa de variedades, música ou comédia |
1976– 1977 |
The Sonny and Cher Show | Ela mesma (co-apresentadora)/ vários personagens |
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1978 | Cher… Special | Ela mesma/vários personagens | |
1979 | Cher… And Other Fantasies | Ela mesma | |
1983 | Cher: A Celebration at Caesars330 | Ela mesma | CableACE Award – Atriz em um programa de variedades |
1990 | Cher Extravaganza: Live at the Mirage | Ela mesma | |
1996 | If These Walls Could Talk | Dra. Beth Thompson | Título em português: O Preço de Uma Escolha (br); Perseguidas (pt) Também diretora (segmento "1996")335 Indicada — Globo de Ouro – Melhor atriz coadjuvante em televisão Indicada — Satellite Award – Melhor atriz coadjuvante em televisão |
1998 | Sonny & Me: Cher Remembers | Ela mesma | |
1999 | VH1 Divas Live 2 | Ela mesma | |
1999 | Cher: Live at the MGM Grand in Las Vegas | Ela mesma | Indicada — Emmy Award – Melhor desempenho individual em um programa de variedades ou música |
2000– 2002 |
Will & Grace | Ela mesma | Episódios: "Gypsies, Tramps and Weed" e "A.I.: Artificial Insemination" |
2002 | VH1 Divas Las Vegas | Ela mesma | |
2003 | Cher: The Farewell Tour | Ela mesma | Emmy Award – Melhor especial de variedades, música ou comédia |
2011 | Becoming Chaz | Ela mesma | |
2013 | Dear Mom, Love Cher | Ela mesma | |
The Voice | Ela mesma | Mentora da equipe de Blake Shelton |
Outros trabalhos
Cher | |
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Cher durante os anos 70. | |
Informação geral | |
Nome completo | Cherilyn Sarkisian (nascimento) |
Também conhecido(a) como | Deusa do Pop |
Nascimento | 20 de maio de 1946 (68 anos) |
Local de nascimento | El Centro, Califórnia![]() |
Gênero(s) | Pop, rock, folk, disco, dance |
Ocupação(ões) | Cantora, atriz |
Instrumento(s) | Vocal |
Extensão vocal | Contralto |
Período em atividade | 1963–presente |
Outras ocupações | Modelo, apresentadora de televisão, produtora musical e cinematográfica, diretora de cinema, desenhista de moda, empresária, filantropa |
Gravadora(s) | Warner Bros., WEA, Geffen, Columbia, Casablanca, MCA, Kapp, Atco, Imperial |
Afiliação(ões) | Sonny & Cher, Gregg Allman, Black Rose |
Influência(s) | Bob Dylan, The Beatles, Elvis Presley, Engelbert Humperdinck, Lulu, Patsy Cline, Petula Clark, Sandie Shaw, The Shirelles, The Supremes1 |
Página oficial | cher.com |
![]() |
Cher | |
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Cher em Good Times (1967) | |
Outros nomes | Bonnie Jo Mason, Cher Bono, Cherilyn La Piere, Cherilyn Sarkisian La Piere, Cheryl Sarkisian, Cleo2 |
Cônjuge | Gregg Allman (1975–1979) Sonny Bono (1964–1975) |
Atividade | 1965–presente |
Oscares da Academia | |
Melhor atriz 1988 – Moonstruck |
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Emmy Awards | |
Melhor especial de variedades, música ou comédia 2003 – Cher: The Farewell Tour |
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Prêmios Globo de Ouro | |
Melhor atriz em televisão - comédia ou musical 1974 – The Sonny & Cher Comedy Hour Melhor atriz coadjuvante em cinema 1984 – Silkwood Melhor atriz em cinema - comédia ou musical 1988 – Moonstruck |
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Festival de Cannes | |
Melhor atriz 1985 – Mask |
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IMDb: (inglês) |